Na histórica cidade de Marcação, localizada no litoral da Paraíba, um feito notável ecoou nas Eleições de 2024, reverberando não apenas localmente, mas em todo o país. Neste cenário político singular, a prefeita eleita e todos os vereadores são membros da etnia Potiguara. Este evento simboliza não só uma vitória política, mas um momento de representatividade e diversidade cultural.

A protagonista deste marco é Ninha (PSD), a única mulher indígena a ser eleita prefeita no Brasil nestas eleições. Ninha, da etnia Potiguara, conquistou 76,79% dos votos válidos, correspondendo a 4.922 votos, demonstrando não só competência, mas também um profundo vínculo com sua comunidade e suas raízes.

Em suas palavras após a vitória, Ninha expressou: "Eu sou descendente indígena Potiguara, com muito orgulho. Eu comecei a trabalhar aos 15 anos de idade na gestão pública. Meus avós, Severina e João Correia, já eram políticos, não por eleição, mas políticos de sangue, pela vontade que eles tinham de ver Marcação crescendo."

Outro aspecto marcante é que todos os nove vereadores eleitos também são indígenas, consolidando uma Câmara Municipal totalmente representativa. Esta eleição não apenas reflete a vontade popular, mas também destaca Marcação como um exemplo de engajamento político e empoderamento de minorias étnicas.

A cidade, com uma tradição de eleger mulheres indígenas, tem em sua atual prefeita, Lili (DEM), outro exemplo de liderança e representatividade. Esta sucessão de vitórias reflete não apenas um momento político, mas uma mudança significativa na paisagem eleitoral paraibana e nacional.

O censo de 2022 revela a importância da população indígena em Marcação, compreendendo 88,08% dos habitantes, um número que reflete a riqueza cultural e a diversidade étnica desta região.

Este marco em Marcação ressoa não apenas localmente, mas em todo o Brasil. Representa um passo significativo na busca por uma representação mais diversa e inclusiva em todas as esferas da sociedade brasileira.

Este é um momento para celebrar não apenas uma vitória política, mas um avanço rumo a uma sociedade mais igualitária e representativa. Em Marcação, a voz dos indígenas ecoa não só nas ruas, mas nas cadeiras do poder, marcando um capítulo histórico na política brasileira.

Que este exemplo inspire outras comunidades a buscar uma representação mais autêntica e inclusiva, construindo um Brasil verdadeiramente diverso e igualitário.