POLÍTICA

Trama golpista para matar Lula, Alckmin e Moraes repercute pelo mundo

The New York Times, Financial Times, The Guardian e Al Jazeera foram algumas das publicações que repercutiram o caso

O plano para assassinar Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes e realizar um golpe de Estado no Brasil em 2022 recebeu destaque na imprensa internacional.

O New York Times ressaltou em seu artigo que os indivíduos detidos “possuíam um ‘alto nível de conhecimento técnico militar’ para organizar um complô”.

O periódico norte-americano entrevistou o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, que afirmou que seu cliente não teve qualquer envolvimento ou conhecimento do complô.

De acordo com o depoimento do advogado de Bolsonaro ao New York Times, o ex-presidente “jamais concordou ou participou de qualquer plano dessa natureza”.

O New York Times afirmou que “as prisões fazem parte de uma investigação mais ampla sobre uma tentativa de golpe e o papel de Bolsonaro em tentar se manter no poder após a última eleição presidencial no Brasil, na qual foi derrotado por Lula por uma pequena margem”.

“Como parte dessa investigação, Bolsonaro foi acusado de planejar a detenção de um juiz do Supremo Tribunal, de pessoalmente editar um projeto de decreto visando anular os resultados eleitorais e de apresentar planos golpistas aos principais líderes militares, buscando seu apoio, de acordo com relatos policiais”, acrescentou o jornal.

“Bolsonaro negou múltiplas vezes ter cometido qualquer irregularidade, rotulando a investigação como perseguição política”, concluiu.

O Financial Times, um jornal financeiro de Londres, destacou que “as prisões representam um novo desenvolvimento nas investigações em curso sobre supostas tentativas ilegais de reverter a eleição de Lula”.

O jornal relatou que os conspiradores “aprovaram o conluio em uma reunião na residência do companheiro de chapa derrotado de Bolsonaro, o general aposentado e ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, conforme documentos do Supremo Tribunal”.

“O grupo supostamente planejava estabelecer um ‘gabinete de crise’ após o golpe, liderado por um general aposentado do exército e Braga Netto. Ele não respondeu a um pedido de comentário.”

O Financial Times mencionou que “no final das contas, nenhum golpe foi efetuado na nação mais populosa da América Latina”.

“Dias após a posse de Lula no ano passado, ocorreram distúrbios em Brasília em 8 de janeiro de 2023, com milhares de apoiadores radicais de Bolsonaro saqueando prédios governamentais e exigindo intervenção militar para invalidar os resultados eleitorais, que alegavam, sem provas, terem sido manipulados”, afirmou o jornal.

O The Guardian, também britânico, declarou que “as mais recentes revelações representam as acusações mais sérias até o momento durante a investigação sobre as tentativas de golpe organizadas por apoiadores de Bolsonaro após as eleições de 2022”.

“Outros eventos incluem a violência em Brasília durante a posse de Lula em 12 de dezembro de 2022, a descoberta de um artefato explosivo em um caminhão de combustível próximo ao aeroporto da capital em 24 de dezembro de 2022 e os tumultos em 8 de janeiro do ano passado”, disse o Guardian.

O jornal britânico sublinhou que “a falta de apoio unânime entre os altos escalões do Exército” poderia ser a “razão possível pela qual o plano não foi efetivado”.

A rede Al Jazeera destacou que “esta foi a primeira vez, durante a investigação da suposta tentativa de golpe, que a Polícia Federal mencionou um plano para assassinar Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin”.

“A polícia afirmou que os suspeitos sob investigação planejaram estabelecer um ‘Gabinete de Gestão de Crise Institucional’ para lidar com as consequências do golpe”, relatou a Al Jazeera.

A CNN americana informou que “conforme um mandado de busca cumprido na terça-feira, Bolsonaro teria se reunido com autoridades do Exército e da Marinha, além do ministro da Defesa, em dezembro de 2022, para apresentar um documento detalhando a estrutura legal que o manteria no poder”.

“O ex-presidente negou reiteradas vezes as acusações de tentativa de golpe.”

Com G1

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