POLÍTICA

Hugo Motta: o passado golpista do “sucessor” de Lira, que tem apoio do PL ao PT

Eleito deputado aos 21 anos, Hugo Motta faz parte de dinastia política que comanda Patos, a capital do Sertão da Paraíba, há décadas. Na Câmara cerrou fileiras com Eduardo Cunha e a tropa de Jair Bolsonaro

Eleito deputado aos 21 anos, Hugo Motta faz parte de dinastia política que comanda Patos, a capital do Sertão da Paraíba, há décadas. Na Câmara, cerrou fileiras com Eduardo Cunha e a tropa de Jair Bolsonaro.

Hugo Motta é um antigo aliado do Centrão e da burguesia brasileira na guerra contra a democracia no país. Nascido em João Pessoa, Motta é herdeiro de uma dinastia que comanda há décadas a prefeitura de Patos, município de pouco mais de 100 mil habitantes conhecido como “a capital do sertão da Paraíba”.

Motta está em seu quarto mandato na Câmara Federal. Em 2010, aos 21 anos, ele foi o deputado mais jovem da história do país ao se eleger, então pelo MDB, partido onde permaneceu até 2018. Na casa legislativa, rapidamente tornou-se pupilo de Eduardo Cunha (MDB), um dos maiores caciques do MDB à época – atrás apenas do então vice-presidente Michel Temer.

Com a habilidade adquirida no clã, Motta se aproximou da ala fluminense do então PMDB e foi alçado em 2015 presidente da CPI da Petrobras instalada em 2009, ainda no segundo mandato de Lula no Planalto, para comandar achaques do Centrão ao governo federal.

Motta foi protagonista do lendário caso Kroll, consultoria contratada pela cúpula da comissão para  identificar contas suspeitas e repasses ilegais ao exterior investigados na Operação Lava Jato. À frente da CPI, que durou cerca de 8 meses em 2015 e terminou sem indiciamento de políticos, Motta ainda articulou com Eduardo Cunha uma pauta para desgastar o governo Dilma Rousseff (PT) e nutrir a mídia liberal e os atos nas ruas pelo “impeachment” da presidenta.

A CPI da Petrobras é considerada atualmente o elo de ligação entre a Lava Jato e a facção golpista comandada por Cunha e Temer, que resultou no golpe contra Dilma, consolidado em agosto do ano seguinte.

Mancomunado com o então presidente da Câmara, Motta votou pelo impeachment de Dilma e, após o golpe contra a presidenta, contra a abertura de investigação contra Temer, de quem fez parte da base de governo.

Com Cunha caindo em desgraça, Motta – já no Republicanos, após negociação fracassada para entrar no PP, de Lira – orbitou na esfera de Ciro Nogueira, presidente do PP, que foi alçado à Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL) nas negociatas para cooptação do Centrão.

Com a articulação de Nogueira, Motta foi o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do “Orçamento de Guerra”, que turbinou gastos “emergenciais” de Bolsonaro na pandemia e foi usada em uma jogada eleitoreira pelo ex-presidente em uma tentativa desesperada de reverter a derrota iminente para Lula, apontada pelas pesquisas.

Com Revista Fórum

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo